Casava-me já contigo

C asámos no último dia de Setembro no primeiro Setembro deste século. Estávamos apaixonados, surpreendidos e felizes. Catorze anos depois ainda não acredito na minha sorte. Quando eu era pequenino e vi um cartaz do filme The Seven Year Itch , de Billy Wilder e de 1955, perguntei à minha mãe o que era. Ela respondeu: "Ao fim de sete anos a novidade do casamento começa a passar". Ao fim de 14 anos, cada vez que eu olho para a minha mulher, cada dia que acordo ao lado dela, o que mais me comove e impressiona é precisamente a novidade de vê-la, poder amá-la, ter a sorte de ser amado por ela. Cada coisa que fazemos é ao mesmo tempo antiquíssima – como uma cerimónia que construímos juntos só para nós os dois – e novíssima, pelo desejo e pelo entusiasmo de lá estar, naquele lugar que ela abriu para mim e ela no lugar que só é dela, que sou eu. O casamento é só uma palavra: é verdade. Mas também pode ser a vontade de casarmos e ficarmos casados, todos os di...